sexta-feira, 1 de abril de 2011

O mágico



Para os que pensam que animações são apenas para crianças, “O mágico” é um filme que comprava o contrário. Ele não poderia ser mais adulto, mais melancólico. Não cometa o engano de achar que por ser animado, o filme será engraçado e que tem como público alvo as crianças.
            O filme se passa em 1959. Ele trata da passagem de uma era. É a história de um simples mágico que um dia, se encontra sem audiência. Ele se encontra num mundo onde não há mais espaço para o entretenimento mais pueril e infantil. Nos dias de hoje, os poucos mágicos que conseguem destaque, tem de se utilizar de recursos eletrônicos e outras parafernálias. Pois este mágico busca sobrevivência com a única coisa que sabe fazer, que são seus velhos truques, como coelhos saindo de cartolas.

A medida que a história se desenvolve, o mágico encontra Alice, uma criança e uma das poucas pessoas que se acabaram por ter interesse no mágico. A garota inclusive acredita que mágica existe de verdade. Porém, logo ela se torna adolescente e seus interesses acabam se voltando para outras coisas e isso é algo que nenhuma mágica consegue reverter.
            O filme contem poucos diálogos, é basicamente um filme mudo. Tudo o que você precisa saber está posto nas lindas cenas.O mágico é um filme muito bonito, embora triste e suas cenas finais são de cortar o coração. Um filme sobre um mágico, num lugar onde não existe mais magia. Definitivamente não é para crianças.






Quem quiser indicar uma música, um escritor, livro, filme, seriado... É só escrever um texto e enviar para brunomachado20@yahoo.com.br e será publicado aqui no blog. A unica condição é que tem de ser algo desconhecido ou esquecido pela maioria. Nada de indicar Beatles, Machado de Assis ou Avatar. Beleza?! Um abraço povo.



quarta-feira, 30 de março de 2011

Maus – art spiegelman

Premio pulitzer 1992

Art spiegelman recria o ambiente da segunda guerra mundial segundo histórias contadas pelo seu pai, Vladek spielgelman
            O Holocausto é uma história que já foi contada diverses vezes. Uma das coisas que esta obra tem de diferente é retratar os personagens na forma de animais, como no romance a revolução dos bichos. Neste caso, os judeus são representados como ratos e os nazistas como gatos. Os americanos são cachorros e os poloneses porcos.
            Não deve ser fácil para o autor retratar uma época que ele conhece apenas pelo que ouviu e, mais ainda, retratar seu pai da forma como ele é apresentado aqui na obra. Sim, seu pai era um judeu e sofreu muito na época, mas isso não o impede de exibir os mesos preconceitos que os nazistas possuiam. Além disso, era mesquinho.  
            A história é dividida em duas partes. A primeira chamada My father bleeds history(Meu pai sangra história). Nela, em uma metalinguagem, Art pede a seu pai Vladez que relate algumas passagens dele e de sua família pelo nazismo, para ajuda - lo em um projeto. Nesta primeira parte, é mostrado o relacionamento entre Arte e seu pai. Na segunda, aí sim a história percorre o campos de concentração.
         “Maus” mostra ainda que a dor vivida nesta época não simplesmente acaba no término do holocausto. É uma dor que se prolonga com o tempo. O próprio Art, por exemplo, tem de conviver com uma mãe que cometeu suicídio e um irmão que morreu durante a época do nazismo.
            É um livro emocionante, sem ser piegas. Muito envolvente, você simplesmente não consegue dar aquela pausa no livro. Só conseguimos parar de ler no final.


Art spiegelman


* Quem quiser indicar uma música, um escritor, livro, filme, seriado... É só escrever um texto e enviar para brunomachado20@yahoo.com.br e será publicado aqui no blog. A unica condição é que tem de ser algo desconhecido ou esquecido pela maioria. Nada de indicar Beatles, Machado de Assis ou Avatar. Beleza?! Um abraço povo.

terça-feira, 29 de março de 2011

Marcella detroit


Texto escrito por Mary Miranda




Nunca seremos verdadeiramente justos, quando quisermos falar de talento!
Talvez cheguemos perto de uma sede de novidade, e embora
inquestionavelmente delirante, é no passado, mais recente ou
ancestral, que alcançamos o objetivo, pegando aquele cheiro de frescor
para a saciedade...
Quantos de nós traz em seu MP3, ou qualquer  arquivo musical, a
sonoridade de Marcella Detroit?
Para quem não ligou o nome à pessoa, ela fez parte da banda
Shakespears Sisters em algum lugar por aí,  e fez uma marcante tournée
com Eric Clapton, bem lá para trás...
E Marcella continua na indagação típica do 'Ahn?'  de qualquer pessoa
que desconheça o assunto em pauta...
Mas te peço que não saia às pressas num menoscabo à figura da artista,
já arremetendo-a ao descaso, lançando o nome e a arte no limbo
musical!
Esplendorosa Marcella, voz vibrante, potente, na indubitável escolha
que fizera: nasceu para estar na música; merece que a conheçamos
melhor...
Cantora, guitarrista, compositora, sua presença de palco é fulgurante,
um jogo com a voz, trejeitos e um flerte com seu instrumento de som...
A grandiosa artista já gravou com Elton John, e quem sabe, agora a
lembrança não transponha o 'limite-Alzheimer' que desenvolvemos às
vezes,  e compareça nessa festa?
Sua música com ele é  "Ain't nothing like the real thing", que fez um
moderado sucesso...
Por motivos só explicáveis pela categoria "imprevisto", a americana
Detroit tem mais aceitação em UK (United Kingdom - mais conhecido por
Reino Unido), chegando, algumas vezes, ao top 20 dos hits parade.
Seu tom vocal lembra bastante - pelo vigor e personalidade - ao das
grandes divas do jazz ou blues, uma Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan ou
Billie Holliday,  embora seu estilo  não seja esse, mais voltado para
o pop ou o rock 'calmo'.
Quando Marcella traz sua guitarra em punho, já sabemos que aí vem
'bomba' : a explosão é vital e fica irreconhecivelmente a 'dona do
palco' (ela que é bem tímida fora dele...)!
Casada com o também músico Lance Aston (banda Prima Donna), tem um
filho, e continua na ativa, fazendo shows e mandando ver muitíssimo
bem, por onde quer que um palco tenha o regozijo de tê-la
glorificando-o!
Se após essas algumas divagações objetivas sobre a cantora que nascera
Levy (Detroit é artístico), você ainda não tenha a mínima ideia de
quem ela seja, mostro em vídeo,  com todos os cumprimentos de quem é
uma serva e rendida a sua música, a lindíssima " I believe", melodia
da década de 90 que ultrapassa qualquer adjetivo louvável!
Dizer que é bonita, bem arranjada, bem cantada, é diminuir essa canção
mais 'alma e coração' que alguém poderia produzir!
A cantora não canta: esbanja!
Nem se importa em jogar tudo ali, emoções, sonhos, amores...
Cada acorde e batida, acompanha o respirar cadenciado da garganta
traduzida em luz!...
Ela nem pede licença: invade os ouvidos, arrebata a alma.
Não tenha medo de ser abocanhado pela sonoridade!
Seja livre para se emocionar!
Minha salva de palmas, de pé, a uma artista impecável, consciente e
segura, estrada de dom divinal, a arte que só melhora com o tempo...






I BELIEVE -  Marcela Detroit


(Composição: Marcella Detroit)

Now everybody has a right to be living their lives
Ooh, cause we're a long long way
A long way from paradise
If there is freedom, tell me why everybody wants to fight
Ooh, cause we're a long long way
A long way from paradise

You might be strong enough
You might be rich enough
You might be blind enough
To push it all aside
Don't matter what you do
Keeps going back to me and you

[chorus]
Give a little bit of love, and you'll get it back
Give a little bit of pain, put a little trust
Every little thing that you say or do
Give a little bit of love, it'll come back to you

Got your reasons, are you sure they're reasons to be right ?
Ooh, cause we're a long long way
A long way from paradise
Don't let your anger or your fear become suicide

Ooh, cause we're a long long way
A long way from paradise

We must be strong enough
We must be paid enough
We played along enough
Now it's time to say goodbye
We've got some rules to burn
So many lessons to be learned

[Repeat chorus x2]

I believe in peace and harmony
You got to believe in love
Before you can be free
So take a hand, everybody make a friend
I want you to believe in love
Oh I believe...











* Quem quiser indicar uma música, um escritor, livro, filme, seriado... É só escrever um texto e enviar para brunomachado20@yahoo.com.br e será publicado aqui no blog. A unica condição é que tem de ser algo desconhecido ou esquecido pela maioria. Nada de indicar Beatles, Machado de Assis ou Avatar. Beleza?! Um abraço povo.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Memórias de um elefante




Poucos brasileiros lêem livros. Menos ainda lêem quadrinhos. Quadrinhos nacionais então...Então, está na hora deste blog recomendar um quadrinho nacional.
Memória de elefante é um quadrinho autobiográfico escrito por Caeto. O autor diz que estava com uma bronca em relação ao mundo e enquanto fazia o livro, fez as pazes com o mundo.
Confesso que eu nunca tinha ouvido falar deste autor, antes de ler esta obra, porém, depois descobri que ele já havia feitos quadrinhos, só que em produtoras independentes, que possuem poucos recursos de divulgação. Este é o seu primeiro trabalho no, digamos, mainstream.
O quadrinho é dividido em duas partes. A primeira é Caeto tentando dar o seu grito de independência. Mostra as dificuldades de morar sozinho em São Paulo, as dificuldades com os amigos e com as garotas, a tentativa de arranjar emprego... A segunda, muito mais interessante nesta obra, é o relacionamento entre Caeto e seu pai adoecido.
Memória de um elefante é profundo e cheio de humor. Um crítico definiu bem esta obra ao dizer: “Memória de elefante é um manual de sobrevivência contemporâneo”. Os desenhos não tem nada de muito relevante. É no drama do personagem, que esta HQ ganha força.
Recomendo muito este “Memórias de um elefante”. Vale a pena o dinehrio gasto.


domingo, 20 de março de 2011

Cowboy bebop



Cowboy bebop é um anime que acompanha as aventuras de dois caçadores de recompensa, Spike e Jet. Com o andamento do anime, juntam – se a eles Ein(um cachorro), Ed(Uma menina que é hacker) e Faye(Uma atraente mulher). E basicamente é apenas isso. No início, pouco sabemos das características e da história dos personagens. Somente no episódio cinco é que aparece um vilão. Depois, o antagonista leva mais sete episódios para retornar. Imaginem uma novela com seus mais de cem capítulos, onde o vilão aparece em apenas 9 deles. No mínimo, é muito estranho.
Pense em qualquer gênero cinematográfico que quiser. Ação? Ela está fortemente presente em cowboy bebop, possuindo um protagonista com um personagem principal que sabe lutar igual ao Bruce Lee. Romance? Também temos isso neste anime, embora em doses menores. Nosso protagonista, Spike, sempre interrompe qualquer ação que esteja fazendo quando houve o nome Julia. Ficção científica também está presente com personagens com poderes sobre humanos, braços mecânicos, naves espaciais. A série também traz comédia... Enfim, é difícil pensar em algum gênero que Cowboy bebop não apresente.
É extremamente complicado rotular esta série. Pela internet já encontrei as definições “Cowboy bebop é um faroeste no espaço” ou “Um anime de ficção científica, noir, com ação aventura e drama”. Esta mistura toda tinha tudo para não funcionar e acabar criando um anime bizarro, sem sentido. Mas de alguma forma os criadores da série conseguem fazer a coisa dar certo.


Uma de suas forças estão nos personagens. Como eu disse, a princípio, você não sabe basicamente nada sobre eles. Mas algo nos faz simpatizar com eles, mesmo sem conhece – los. Eles formam uma espécie de família desfuncional, como no filme pequena miss sunshine. Em um determinado momento, Spike olha para os lados e diz ao seu amigo Jet: “Cara, eu odeio cachorros, crianças e mulheres loucas. Então, me explica como é que eu estou viajando com estas três coisas”?!
Acabamos por achar eles carismáticos e sentindo vontade de assistir mais histórias com eles presentes. E aí sim, com o avanço dos episódios, o passado deles é revelado. Todos têm dramas muito bem trabalhados. Nos episódios finais, não tem como não torcer por um final feliz. 



Professores já me disseram para nunca terminar um texto com uma informação, mas vou me fingir de surdo para notifica – los de algo. Tem tudo para sair um filme deste anime, onde o protagonista Spike seria interpretado por Keanu Reeves. Eu detesto este ator e não dá para confiar num cara cuja melhor atuação seja em Bill e Ted. Então, não aguardem pelo filme que deve arruinar toda a história, Vão em busca dos dvd deste anime, ou mesmo procurem pela internet. Esta é uma série que merece ser assistida.

 

quinta-feira, 17 de março de 2011

Chuck palahniuk



          

 A obra é mais conhecida que o próprio escritor. Na verdade, o que as pessoas realmente conhecem é o filme “Clube da luta”. Mal sabendo que ele foi baseado no primeiro livro publicado por Chuck Palahnuik
Chuck teve aquela vida calma e tranquila. Teve o pai assassinado com a namorada pelo ex – marido dela, seu avô cometeu suicídio após matar a mulher... Mas toda a tragédia vem acompanhada de uma lição de vida e ele aprendeu a que considero a mais valiosa de todos: Rir das próprias tragédias. Ele pega situações extremamente dramáticas e acha um fio cômico nelas. Sempre falando sobre a vida de forma corrosiva e mostra com ironias suas opiniões sobre a sociedade moderna.  Os excessos do capitalismo e a alienação da nova geração são as maiores “vítimas” de seu humor mórbido.
Suas histórias são na maioria de ficção e as vezes beiram o non – sense, mas ss personagens de seus livros e suas atitudes são sempre inspirados em pessoas que ele conheceu, o que traz sempre um grande realismo maior as suas obras. Por pior que seja tal personagem, é provável que você já tenha conhecido alguém parecido. Ele é o tipo de cara que não para assistir televisão, pois prefere ouvir as histórias das pessoas na vida real, que ele considera ser muito mais engraçadas e divertidas.
Além de Clube da luta, eis alguns livros que ele escreveu:



Cantiga de ninar
cantiga+de+ninar



O narrador é Carl Streator, um jornalista que está investigando casos de síndrome de morte infantil súbita para uma série de reportagens que pretende publicar. Ele logo descobre que algumas das mortes têm um estranho detalhe em comum - antes de morrer subitamente, os bebês ouviram seus pais lerem o mesmo trecho de um determinado livro raro. 
Palahniuk usa sua narrativa moderna e bizarra para fazer uma crítica à cultura de massas, num texto divertido e sombrio.




No sufoco

Victor Mancini tem muitos problemas. É sexólatra, sua mãe está esclerosada e doente numa clínica que custa uma fortuna por mês, seu emprego é esquisito, mal remunerado e ele vive de aplicar o golpe do sufoco em restaurantes. Finge que está sufocando para ser salvo por alguém e depois pedir dinheiro
É realista, cheio de humor e um belo suspense.
Já foi feito um filme, não tão bom, com Sam rockwell.



Assombro
assombro


Uma reunião de 44 escritos - feitos por personagens ficcionais num retiro para criação - o melhor do horror com uma boa dose de sarcasmo. São 21 poemas e 23 contos
Dizem que 73 pessoas desmaiaram por não suportar a aspereza contundente e desconfortável da história. 



Chuck palahniuk está com livros novos para lançar e, sem dúvida, muitos deles serão vistos e adaptados para o cinema. Para encerrar, umas frase do próprio:
- Todos nós morremos. A meta não é viver eternamente. A meta é criar algo que viva para sempre.
- As pessoas usam esta coisa chamada telefone porque elas odeiam ficar perto uma das outras, mas elas também temem ficar sozinhas.
- Nós podemos passar nossas vidas inteiras deixando o mundo nos dizer quem nós somos... Ou podemos decidir por nós mesmos.